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Questões de Português - ESCOLA NAVAL | Gabarito e resoluções

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Questão
2020Português

(COLGIONAVAL - 2020) Est de acordo com a norma padro da lngua a concordncia do termo destacado no seguinte enunciado do texto: Eu tenhomuitoslivros. Em que opo tal fato tambm ocorre?

Questão
2020Português

(G1 - col. naval - 2020) Precisamos falar sobre fake news Minha me tem 74 anos e, como milhes de pessoas no mundo, faz uso frequente do celular. com ele que, conversando por voz ou por vdeo, diariamente, vence a distncia e a saudade dos netos e netas. Mas, para ela, assim como para milhares e milhares de pessoas, o celular pode ser tambm uma fonte de engano. De vez em quando, por acreditar no que chega por meio de amigos no seu WhatsApp, me envia uma ou outra mensagem contendo uma fake news. A ltima foi sobre um suposto problema com a vacina da gripe que, por um momento, diferente de anos anteriores, a fez desistir de se vacinar. Eu e minha me, como boa parte dos brasileiros, no nascemos na era digital. Nesta sociedade somos os chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e at constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida. Sejamos sinceros. Nada nem ningum nos preparou para essas mudanas que revolucionaram a comunicao. Pior: difcil destrinchar o que verdade em tempo de fake news. Um dos maiores estudos sobre a disseminao de notcias falsas na internet, publicado ano passado na revista Science, foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em ingls), dos Estados Unidos, e concluiu que as notcias falsas se espalham 70% mais rpido que as verdadeiras e alcanam muito mais gente. Isso porque as fake news se valem de textos alarmistas, polmicos, sensacionalistas, com destaque para notcias atreladas a temas de sade, seguidas de informaes mentirosas sobre tudo. At pouco tempo atrs, a imprensa era a detentora do que chamamos de produo de notcias. E os fatos obedeciam a critrios de apurao e checagem. O problema que hoje mantemos essa mesma crena, quase que religiosa, junto a mensagens das quais no identificamos sequer a origem, boa parte delas disseminada em redes sociais. Confia-se a ponto de compartilhar, sem questionar. O impacto disso preocupante. Partindo de pesquisas que mostram que notcias e seus enquadramentos influenciam opinies e constroem leituras da realidade, a disseminao das notcias falsas tem criado verses alternativas do mundo, da Histria, das Cincias ao gosto do cliente, como dizem por a. Os problemas gerados esto em todos os campos. No mbito familiar, por exemplo, vai de pais que deixam de vacinar seus filhos a ponto de criar um grave problema de sade pblica de impacto mundial. E passa por jovens vtimas de violncia virtual e fsica. No mundo corporativo, estabelecimentos comerciais fecham portas, profissionais perdem suas reputaes e produtos so desacreditados como resultado de uma foto descontextualizada, uma imagem alterada ou uma legenda falsa. A democracia tambm se fragiliza. O processo democrtico corre o risco de ter sua fora e credibilidade afetadas por boatos. No h um estudo capaz de mensurar os danos causados, mas iniciativas fragmentadas j sinalizam que ela est em risco. Estamos em um novo momento cultural e social, que deve ser entendido para encontrarmos um caminho seguro de convivncia com as novas formas e ferramentas de comunicao. No Congresso Nacional tramitam vrias iniciativas nesse sentido, que precisam ser amplamente debatidas, com a participao de especialistas e representantes da sociedade civil. O problema das fake news certamente passa pelo domnio das novas tecnologias, com instrumentos de combate ao crime, mas, tambm, pela pedagogia do esclarecimento. O que posso afirmar, como presidente do Congresso Nacional, que, embora no saibamos ainda o antdoto que usaremos contra a disseminao de notcias falsas em escala industrial, no passa pela cabea de ningum aceitar a utilizao de qualquer tipo de controle que no seja democrtico. D.A.,O Globo, em 10 de julho de 2019. Em At pouco tempo atrs, a imprensa era a detentora do que chamamos de produo de notcias. E os fatos obedeciam a critrios de apurao e checagem. (6 pargrafo), a forma verbal destacada indica:

Questão
2019Português

(ESCOLA NAVAL - 2019) TEXTO 02 Leia o texto abaixo e responda questo. No, os livros no vo acabar No sei se a prxima chegada da Amazon ao Brasil ou a profecia maia do fim do mundo, mas o fato que nunca vi tanta gente preocupada com o fim do livro. So estudantes que me escrevem motivados por pesquisas escolares, organizadores de eventos literrios que me pedem palestras, leitores que manifestam sua apreenso. Em alguns casos, percebo uma espcie perversa de prazer apocalptico, mas logo desaponto quem quer ver o mar pegando fogo para comer camaro cozido: que absolutamente no acredito que o livro vai acabar. Tenho escrito reiteradas vezes sobre o assunto; estou, alis, numa posio bastante confortvel para faz-lo. Gosto igualmente de livros e de tecnologia, e seria a primeira a abraar meus dois amores reunidos num s objeto; mas embora o Kindle e os vriospadstenham o seu valor comoreaders, os livros em papel no esto to prximos da extino quanto, digamos, o tigre de Sumatra. Para comeo de conversa, preciso lembrar que o negcio das editoras no vender papel, mas sim vender histrias. O papel apenas o suporte para os seus produtos. Aos poucos, em alguns casos, ele tende a ser mesmo substitudo pelos tablets. No dou vida longa aos livros de referncia em papel. Estes funcionam melhor, e podem ser mais facilmente atualizados, em forma eletrnica. O caso clssico o da Enciclopdia Britannica, cujos editores anunciaram, no comeo do ano, que a edio corrente, de 2010, seria a ltima impressa, marcando o fim de 244 anos de uma bela - e volumosa - histria em papel. Embora quase todos os conjuntos de folhas impressas reunidos entre duas capas recebam o mesmo nome de livro, nem todos exercem a mesma funo. H livros e livros. Um manual tcnico um animal completamente diferente de um romance; um livro escolar no guarda nenhuma semelhana com um livro de arte; uma antologia potica e um guia de viagem so produtos que s tm em comum o fato de serem vendidos no mesmo lugar. H livros que s funcionam em papel. o caso dos livros que os povos angloparlantes denominamcoffee table books, livros de mesinha de centro - aqueles livres bonitos, em formato grande, cheios de ilustraes e muito incmodos de ler no colo, impossveis de levar para a cama. Estes so objetos que se destacam pelo tamanho, pela qualidade de impresso, pela vista que fazem. Quem quer ver um livro desses num tablet? Quem quer presentear um desses em e-formato? H tambm os grandes clssicos, os romances que todos amamos e queremos ter ao alcance da mo. Esses so aqueles livros que, em geral, lemos pela primeira vez em formato de bolso, mas aos quais nos apegamos tanto que, no raro, acabamos comprando uma segunda edio, mais bonita, para nos fazer companhia pelo resto da vida. Isso explica as lindas edies que a Zahar, por exemplo, tem feito de obras que j encantaram vrias geraes, como Peter Pan, Os trs mosqueteiros ouVinte mil lguas submarinas: livros lindos de se ver e de se pegar, cujo esmero fsico complementa a edio caprichada. Ganhar de presente um livro desses uma alegria que no se tem com um vale para uma compra eletrnica. Fica a dica, alis, j que o Natal vem a. H prazeres e sensaes que s tem com o papel. Gosto de perceber o tamanho de um livro primeira vista. Um tablet pode me informar quantas pginas um volume tem, mas essa informao abstrata. Saber que um livro tem 500 pginas ou ver que um livro tem 500 pginas so coisas diferentes. Gosto tambm de folhear um livro e de fazer uma espcie de leitura em diagonal antes de me decidir pela compra. Isso impossvel de fazer com ebooks. Sem falar, claro, do cheiro inigualvel dos livros em papel. RNAI, Cora.JornalO Globo, Economia, 12.11.2012 Em que opo a autora empregou o paralelismo?

Questão
2019Português

(ESCOLA NAVAL - 2019) TEXTO 02 Leia o texto abaixo e responda questo. No, os livros no vo acabar No sei se a prxima chegada da Amazon ao Brasil ou a profecia maia do fim do mundo, mas o fato que nunca vi tanta gente preocupada com o fim do livro. So estudantes que me escrevem motivados por pesquisas escolares, organizadores de eventos literrios que me pedem palestras, leitores que manifestam sua apreenso. Em alguns casos, percebo uma espcie perversa de prazer apocalptico, mas logo desaponto quem quer ver o mar pegando fogo para comer camaro cozido: que absolutamente no acredito que o livro vai acabar. Tenho escrito reiteradas vezes sobre o assunto; estou, alis, numa posio bastante confortvel para faz-lo. Gosto igualmente de livros e de tecnologia, e seria a primeira a abraar meus dois amores reunidos num s objeto; mas embora o Kindle e os vriospadstenham o seu valor comoreaders, os livros em papel no esto to prximos da extino quanto, digamos, o tigre de Sumatra. Para comeo de conversa, preciso lembrar que o negcio das editoras no vender papel, mas sim vender histrias. O papel apenas o suporte para os seus produtos. Aos poucos, em alguns casos, ele tende a ser mesmo substitudo pelos tablets. No dou vida longa aos livros de referncia em papel. Estes funcionam melhor, e podem ser mais facilmente atualizados, em forma eletrnica. O caso clssico o da Enciclopdia Britannica, cujos editores anunciaram, no comeo do ano, que a edio corrente, de 2010, seria a ltima impressa, marcando o fim de 244 anos de uma bela - e volumosa - histria em papel. Embora quase todos os conjuntos de folhas impressas reunidos entre duas capas recebam o mesmo nome de livro, nem todos exercem a mesma funo. H livros e livros. Um manual tcnico um animal completamente diferente de um romance; um livro escolar no guarda nenhuma semelhana com um livro de arte; uma antologia potica e um guia de viagem so produtos que s tm em comum o fato de serem vendidos no mesmo lugar. H livros que s funcionam em papel. o caso dos livros que os povos angloparlantes denominamcoffee table books, livros de mesinha de centro - aqueles livres bonitos, em formato grande, cheios de ilustraes e muito incmodos de ler no colo, impossveis de levar para a cama. Estes so objetos que se destacam pelo tamanho, pela qualidade de impresso, pela vista que fazem. Quem quer ver um livro desses num tablet? Quem quer presentear um desses em e-formato? H tambm os grandes clssicos, os romances que todos amamos e queremos ter ao alcance da mo. Esses so aqueles livros que, em geral, lemos pela primeira vez em formato de bolso, mas aos quais nos apegamos tanto que, no raro, acabamos comprando uma segunda edio, mais bonita, para nos fazer companhia pelo resto da vida. Isso explica as lindas edies que a Zahar, por exemplo, tem feito de obras que j encantaram vrias geraes, como Peter Pan, Os trs mosqueteiros ouVinte mil lguas submarinas: livros lindos de se ver e de se pegar, cujo esmero fsico complementa a edio caprichada. Ganhar de presente um livro desses uma alegria que no se tem com um vale para uma compra eletrnica. Fica a dica, alis, j que o Natal vem a. H prazeres e sensaes que s tem com o papel. Gosto de perceber o tamanho de um livro primeira vista. Um tablet pode me informar quantas pginas um volume tem, mas essa informao abstrata. Saber que um livro tem 500 pginas ou ver que um livro tem 500 pginas so coisas diferentes. Gosto tambm de folhear um livro e de fazer uma espcie de leitura em diagonal antes de me decidir pela compra. Isso impossvel de fazer com ebooks. Sem falar, claro, do cheiro inigualvel dos livros em papel. RNAI, Cora. JornalO Globo, Economia, 12.11.2012 Assinale a opo que, de acordo com a regncia e a norma-padro, a troca da palavra sublinhada pela que est entre parnteses NO altera a relao de sentido entre os termos.

Questão 2
2017Português

(ESC. NAVAL - 2017) Assinale a opo em que o termo destacado deve ser acentuado, conforme ocorre na expresso primeira leitura.

Questão 2
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) Leia o texto abaixo e responda (s) questo(es) a seguir. O dono do livro Li outro dia um fato real narrado pelo escritor moambicano Mia Couto. Ele disse que certa vez chegou em casa no fim do dia, j havia anoitecido, quando um garoto humilde de 16 anos o esperava sentado no muro. O garoto estava com um dos braos para trs, o que perturbou o escritor, que imaginou que pudesse ser assaltado. Mas logo o menino mostrou o que tinha em mos: um livro do prprio Mia Couto. Esse livro seu? perguntou o menino. Sim, respondeu o escritor. Vim devolver. O garoto explicou que horas antes estava na rua quando viu uma moa com aquele livro nas mos, cuja capa trazia a foto do autor. O garoto reconheceu Mia Couto pelas fotos que j havia visto em jornais. Ento perguntou para a moa: Esse livro do Mia Couto? Ela respondeu: . E o garoto mais que ligeiro tirou o livro das mos dela e correu para a casa do escritor para fazer a boa ao de devolver a obra ao verdadeiro dono. Uma histria assim pode acontecer em qualquer pas habitado por pessoas que ainda no estejam familiarizadas com os livros aqui no Brasil, inclusive. De quem o livro? A resposta no a mesma de quando se pergunta: Quem escreveu o livro?. O autor quem escreve, mas o livro quem l, e isso de uma forma muito mais abrangente do que o conceito de propriedade privada comprei, meu. O livro de quem l mesmo quando foi retirado de uma biblioteca, mesmo que seja emprestado, mesmo que tenha sido encontrado num banco de praa. O livro de quem tem acesso s suas pginas e atravs delas consegue imaginas os personagens, os cenrios, a voz e o jeito com que se movimentam. So do leitor as sensaes provocadas, a tristeza, a euforia, o medo, o espanto, tudo que transmitido pelo autor, mas que reflete em quem l de uma forma muito pessoal. do leitor o prazer. do leitor a identificao. do leitor o aprendizado. o leitor o livro. Dias atrs gravei um comercial de rdio em prol do Instituto Estadual do Livro em que falo aos leitores exatamente isso: os meus livros so os seus livros. E so, de fato. No existe livro sem leitor. No existe. um objeto fantasma que no serve para nada. Aquele garoto de Moambique no v assim. Para ele, o livro de quem traz o nome estampado na capa, como se isso sinalizasse o direito de posse. No tem ideia de como se d o processo todo, possivelmente nunca entrou numa livraria, nem sabe o que tiragem. Mas, em seu desengano, teve a gentileza de tentar colocar as coisas em seu devido lugar, mesmo que para isso tenha roubado o livro de uma garota sem perceber. Ela era a dona do livro. E deve ter ficado estupefata. Um f do Mia Couto afanou seu exemplar. No levou o celular, a carteira, s quis o livro. Um danado de uma amante da literatura, deve ter pensado ela. Assim so as histrias escritas tambm pela vida, interpretadas a seu modo por cada dono. Martha Medeiros. Jornal ZERO HORA 06/11/11. Revista O Globo, 25 de novembro de 2012. Assinale a opo em que a troca da palavra sublinhada pela que est entre parnteses mantm corretas as relaes de sentido e a regncia nominal ou verbal.

Questão 18
2017Português

(ESC. NAVAL - 2017) Leitura - leituras: quando ler (bem) preciso [...] Alguns leitores ao lerem estas frases (poesia citada) no compreenderam logo. Creio mesmo impossvel compreender inteiramente primeira leitura pensamentos assim esquematizados sem uma certa prtica. Mrio de Andrade Artista Eu sou um escritor difcil Que a muita gente enquizila, Porm essa culpa fcil De se acabar duma vez: s tirar a cortina Que entra luz nesta escurez. Mrio de Andrade Lundu do escritor difcil No eterno criar e recriar da atividade verbal, a criatividade, a semanticidade, a intersubjetividade, a materialidade e a historicidade so propriedades essenciais da linguagem, indispensveis a todos os atos da fala, sejam eles presente, passados ou futuros. Porm, a atividade semntica que intermedeia a conexo dos seres humanos com o mundo dos objetos, estabelecendo a relao entre o EU e o Universo, e, junto com a alteridade (relao do EU com o Outro, de carter interlocutivo), permite a identificao da linguagem como tal, pois a linguagem existe no apenas para significar, mas significar alguma coisa para o outro. A semanticidade possibilita o indivduo conceber e revelar as coisas pertencentes ao mundo do real e da imaginao. Logo, ao mesmo tempo significao, modo de conceber, ou melhor, uma configurao lingustica de conhecimento, uma organizao verbal do pensamento, e designao ou referncia, aplicao dos conceitos s coisas extralingusticas. [...]. No processo de leitura do texto, para que o leitor se aproprie desse(s) sentido(s), necessrio que ele domine no apenas o cdigo lingustico, mas tambm compartilhe bagagem cultural, vivncias, experincias, valores, correlacione os conhecimentos construdos anteriormente (de gnero e de mundo, entre outros) com as novas informaes expressas no texto; faa inferncias e comparaes; compreenda que o texto no uma estrutura fechada, acabada, pronta; perceba as significaes, as intencionalidades, os dialogismos, o no dito, os silncios. Em resumo, fundamental que, por meio de uma srie de contribuies, o interlocutor colabore para a construo do conhecimento. Assim, ler no significa traduzir um sentido j considerado pronto, mas interagir com o outro (o autor), aceitando, ou no, os propsitos do interlocutor. Prof Marina Cezar Revista Villegagnon. Ano IV. N 4. 2009 Texto adaptado. Leia o fragmento: [...] a relao entre o Eu e o Universo [...] (2 pargrafo) Assinale a opo em que a palavra sublinhada foi formada pelo mesmo processo que a palavra destacada acima.

Questão
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) Leia o texto abaixo e responda (s) questo(es) a seguir. O dono do livro Li outro dia um fato real narrado pelo escritor moambicano Mia Couto. Ele disse que certa vez chegou em casa no fim do dia, j havia anoitecido, quando um garoto humilde de 16 anos o esperava sentado no muro. O garoto estava com um dos braos para trs, o que perturbou o escritor, que imaginou que pudesse ser assaltado. Mas logo o menino mostrou o que tinha em mos: um livro do prprio Mia Couto. Esse livro seu? perguntou o menino. Sim, respondeu o escritor. Vim devolver. O garoto explicou que horas antes estava na rua quando viu uma moa com aquele livro nas mos, cuja capa trazia a foto do autor. O garoto reconheceu Mia Couto pelas fotos que j havia visto em jornais. Ento perguntou para a moa: Esse livro do Mia Couto? Ela respondeu: . E o garoto mais que ligeiro tirou o livro das mos dela e correu para a casa do escritor para fazer a boa ao de devolver a obra ao verdadeiro dono. Uma histria assim pode acontecer em qualquer pas habitado por pessoas que ainda no estejam familiarizadas com os livros aqui no Brasil, inclusive. De quem o livro? A resposta no a mesma de quando se pergunta: Quem escreveu o livro?. O autor quem escreve, mas o livro quem l, e isso de uma forma muito mais abrangente do que o conceito de propriedade privada comprei, meu. O livro de quem l mesmo quando foi retirado de uma biblioteca, mesmo que seja emprestado, mesmo que tenha sido encontrado num banco de praa. O livro de quem tem acesso s suas pginas e atravs delas consegue imaginas os personagens, os cenrios, a voz e o jeito com que se movimentam. So do leitor as sensaes provocadas, a tristeza, a euforia, o medo, o espanto, tudo que transmitido pelo autor, mas que reflete em quem l de uma forma muito pessoal. do leitor o prazer. do leitor a identificao. do leitor o aprendizado. o leitor o livro. Dias atrs gravei um comercial de rdio em prol do Instituto Estadual do Livro em que falo aos leitores exatamente isso: os meus livros so os seus livros. E so, de fato. No existe livro sem leitor. No existe. um objeto fantasma que no serve para nada. Aquele garoto de Moambique no v assim. Para ele, o livro de quem traz o nome estampado na capa, como se isso sinalizasse o direito de posse. No tem ideia de como se d o processo todo, possivelmente nunca entrou numa livraria, nem sabe o que tiragem. Mas, em seu desengano, teve a gentileza de tentar colocar as coisas em seu devido lugar, mesmo que para isso tenha roubado o livro de uma garota sem perceber. Ela era a dona do livro. E deve ter ficado estupefata. Um f do Mia Couto afanou seu exemplar. No levou o celular, a carteira, s quis o livro. Um danado de uma amante da literatura, deve ter pensado ela. Assim so as histrias escritas tambm pela vida, interpretadas a seu modo por cada dono. Martha Medeiros.Jornal ZERO HORA 06/11/11. Revista O Globo, 25 de novembro de 2012. No trecho [...] um garoto humilde de 16 anos o esperava sentado no muro.(1), tambm correta, de acordo com a norma-padro brasileira, a colocao encltica do pronomeo. Assinale a opo em que tambm ocorre essa dupla possibilidade - prclise e nclise - na colocao do pronome destacado.

Questão
2017Português

(ESC. NAVAL - 2017) Leia o texto abaixo e responda (s) questo(es). Leitura - leituras: quando ler (bem) preciso [...] Alguns leitores ao lerem estas frases (poesia citada) no compreenderam logo. Creio mesmo impossvel compreender inteiramente primeira leitura pensamentos assim esquematizados sem uma certa prtica. Mrio de Andrade Artista Eu sou um escritor difcil Que a muita gente enquizila, Porm essa culpa fcil De se acabar duma vez: s tirar a cortina Que entra luz nesta escurez. Mrio de Andrade Lundu do escritor difcil No eterno criar e recriar da atividade verbal, a criatividade, a semanticidade, a intersubjetividade, a materialidade e a historicidade so propriedades essenciais da linguagem, indispensveis a todos os atos da fala, sejam eles presente, passados ou futuros. Porm, a atividade semntica que intermedeia a conexo dos seres humanos com o mundo dos objetos, estabelecendo a relao entre o EU e o Universo, e, junto com a alteridade (relao do EU com o Outro, de carter interlocutivo), permite a identificao da linguagem como tal, pois a linguagem existe no apenas para significar, mas significar alguma coisa para o outro. A semanticidade possibilita o indivduo conceber e revelar as coisas pertencentes ao mundo do real e da imaginao. Logo, ao mesmo tempo significao, modo de conceber, ou melhor, uma configurao lingustica de conhecimento, uma organizao verbal do pensamento, e designao ou referncia, aplicao dos conceitos s coisas extralingusticas. [...]. No processo de leitura do texto, para que o leitor se aproprie desse(s) sentido(s), necessrio que ele domine no apenas o cdigo lingustico, mas tambm compartilhe bagagem cultural, vivncias, experincias, valores, correlacione os conhecimentos construdos anteriormente (de gnero e de mundo, entre outros) com as novas informaes expressas no texto; faa inferncias e comparaes; compreenda que o texto no uma estrutura fechada, acabada, pronta; perceba as significaes, as intencionalidades, os dialogismos, o no dito, os silncios. Em resumo, fundamental que, por meio de uma srie de contribuies, o interlocutor colabore para a construo do conhecimento. Assim, ler no significa traduzir um sentido j considerado pronto, mas interagir com o outro (o autor), aceitando, ou no, os propsitos do interlocutor. Prof Marina Cezar Revista Villegagnon. Ano IV. N 4. 2009 Texto adaptado. Assinale a opo em que, de acordo com a variante padro brasileira, o verbo indicado entre parnteses segue a mesma flexo da forma verbal observada em: [...] a atividade semntica que intermedeia a conexo dos seres humanos com o mundo dos objetos (2 pargrafo)

Questão
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) No que se refere concordncia verbal, observe as frases abaixo. I. Espera-se muitas novidades no campo da informtica educacional este ano. II. Em todos os pases, faz-se muitas promessas aos fabricantes de mdias digitais. III. Choveram reclamaes sobre o novo celular disponibilizado nas lojas do ramo. IV. Houveram-se muito bem os expositores da Feira de Tecnologia do Anhembi. Assinale a opo correta.

Questão
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) Encontros e Desencontros Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que j me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e no mais o deixa, a merecer sua ateno exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, no se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto bolsa. Comea a l-lo a partir da pgina assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoo inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros. Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentrios, com algumas reaes dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. At dois estranhos, postos nessa situao, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos h algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal. O que me choca, mesmo observando esta situao, como outras que o dia a dia me oferece, a ausncia de conversa. Sem conversa eu no vivo, sem sua fora agregadora para trocar ideias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa no a base da terapia? Sei no, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe est roubando o sossego talvez no seja fcil. O tempo tambm, nesta vida corre-corre, tem l outras prioridades. Mia Couto contundente: Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicao. E nunca foi to dramtica a nossa solido. At se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, at que se conversa muito; porm, to diferente, mesmo quando um est vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espao, diria, que nos proporciona a abrangncia do outro, a captao do seu respirar, as batidas de seu corao, o seu cheiro, o seu humor... Desse dilogo que tanta gente est sentindo falta. At por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo WhatsApp fica mais fcil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Ser? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me quelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O WhatsApp de graa, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilizao desse instrumento moderno. Mas ser apenas por isso? Um amigo me lembra: no WhatsApp se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, lngua escrita um outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a comear pela no copresena fsica dos interlocutores. No telefone, no h essa copresena fsica, mas esse meio de comunicao no impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papis e at mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, caractersticas prprias da modalidade oral. Contudo, no se respira o mesmo ar, ainda que j se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas tambm vo, por isso, tornando-se menos frequentes. Gosto, mesmo, de conversas, de preferncia com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a no ser o de evitar a chatice. Com suas contundncias, conflitos de opinies e momentos de solidariedade. Conversa que vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, h de tudo: o louco, o filsofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista... Nem sempre, verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porm, passado um tempo, a saudade me bate. Aqueles bate-papos intimistas com um amigo tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiana um do outro, esses no tm nada igual. A apreenso abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais ntimas por que passa, faz-no sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida. Esses momentos vo se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que entrega, confiana, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiadas, garons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. No queria perder esses encontros. Afinal, a vida est passando to depressa... Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponvel em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/. A concordncia do termo destacado em Um casal de meia idade se senta mesa vizinha da minha. (1 pargrafo) est de acordo com a norma-padro da lngua. Em que opo tal fato tambm ocorre?

Questão
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) Encontros e Desencontros Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que j me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e no mais o deixa, a merecer sua ateno exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, no se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto bolsa. Comea a l-lo a partir da pgina assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoo inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros. Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentrios, com algumas reaes dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. At dois estranhos, postos nessa situao, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos h algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal. O que me choca, mesmo observando esta situao, como outras que o dia a dia me oferece, a ausncia de conversa. Sem conversa eu no vivo, sem sua fora agregadora para trocar ideias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa no a base da terapia? Sei no, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe est roubando o sossego talvez no seja fcil. O tempo tambm, nesta vida corre-corre, tem l outras prioridades. Mia Couto contundente: Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicao. E nunca foi to dramtica a nossa solido. At se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, at que se conversa muito; porm, to diferente, mesmo quando um est vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espao, diria, que nos proporciona a abrangncia do outro, a captao do seu respirar, as batidas de seu corao, o seu cheiro, o seu humor... Desse dilogo que tanta gente est sentindo falta. At por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo WhatsApp fica mais fcil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Ser? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me quelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O WhatsApp de graa, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilizao desse instrumento moderno. Mas ser apenas por isso? Um amigo me lembra: no WhatsApp se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, lngua escrita um outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a comear pela no copresena fsica dos interlocutores. No telefone, no h essa copresena fsica, mas esse meio de comunicao no impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papis e at mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, caractersticas prprias da modalidade oral. Contudo, no se respira o mesmo ar, ainda que j se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas tambm vo, por isso, tornando-se menos frequentes. Gosto, mesmo, de conversas, de preferncia com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a no ser o de evitar a chatice. Com suas contundncias, conflitos de opinies e momentos de solidariedade. Conversa que vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, h de tudo: o louco, o filsofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista... Nem sempre, verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porm, passado um tempo, a saudade me bate. Aqueles bate-papos intimistas com um amigo tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiana um do outro, esses no tm nada igual. A apreenso abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais ntimas por que passa, faz-no sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida. Esses momentos vo se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que entrega, confiana, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiadas, garons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. No queria perder esses encontros. Afinal, a vida est passando to depressa... Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponvel em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/. Em qual opo o termo destacado exerce o mesmo papel sinttico que No grupo maior, h de tudo: o louco, o filsofo, o conquistador de garganta, o saudosista... (6 pargrafo)?

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(ESCOLA NAVAL - 2017) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Leia o texto abaixo e responda (s) questo(es) a seguir. O dono do livro Li outro dia um fato real narrado pelo escritor moambicano Mia Couto. Ele disse que certa vez chegou em casa no fim do dia, j havia anoitecido, quando um garoto humilde de 16 anos o esperava sentado no muro. O garoto estava com um dos braos para trs, o que perturbou o escritor, que imaginou que pudesse ser assaltado. Mas logo o menino mostrou o que tinha em mos: um livro do prprio Mia Couto. Esse livro seu? perguntou o menino. Sim, respondeu o escritor. Vim devolver. O garoto explicou que horas antes estava na rua quando viu uma moa com aquele livro nas mos, cuja capa trazia a foto do autor. O garoto reconheceu Mia Couto pelas fotos que j havia visto em jornais. Ento perguntou para a moa: Esse livro do Mia Couto? Ela respondeu: . E o garoto mais que ligeiro tirou o livro das mos dela e correu para a casa do escritor para fazer a boa ao de devolver a obra ao verdadeiro dono. Uma histria assim pode acontecer em qualquer pas habitado por pessoas que ainda no estejam familiarizadas com os livros aqui no Brasil, inclusive. De quem o livro? A resposta no a mesma de quando se pergunta: Quem escreveu o livro?. O autor quem escreve, mas o livro quem l, e isso de uma forma muito mais abrangente do que o conceito de propriedade privada comprei, meu. O livro de quem l mesmo quando foi retirado de uma biblioteca, mesmo que seja emprestado, mesmo que tenha sido encontrado num banco de praa. O livro de quem tem acesso s suas pginas e atravs delas consegue imaginas os personagens, os cenrios, a voz e o jeito com que se movimentam. So do leitor as sensaes provocadas, a tristeza, a euforia, o medo, o espanto, tudo que transmitido pelo autor, mas que reflete em quem l de uma forma muito pessoal. do leitor o prazer. do leitor a identificao. do leitor o aprendizado. o leitor o livro. Dias atrs gravei um comercial de rdio em prol do Instituto Estadual do Livro em que falo aos leitores exatamente isso: os meus livros so os seus livros. E so, de fato. No existe livro sem leitor. No existe. um objeto fantasma que no serve para nada. Aquele garoto de Moambique no v assim. Para ele, o livro de quem traz o nome estampado na capa, como se isso sinalizasse o direito de posse. No tem ideia de como se d o processo todo, possivelmente nunca entrou numa livraria, nem sabe o que tiragem. Mas, em seu desengano, teve a gentileza de tentar colocar as coisas em seu devido lugar, mesmo que para isso tenha roubado o livro de uma garota sem perceber. Ela era a dona do livro. E deve ter ficado estupefata. Um f do Mia Couto afanou seu exemplar. No levou o celular, a carteira, s quis o livro. Um danado de uma amante da literatura, deve ter pensado ela. Assim so as histrias escritas tambm pela vida, interpretadas a seu modo por cada dono. Martha Medeiros. Jornal ZERO HORA 06/11/11. Revista O Globo, 25 de novembro de 2012. Ao discutir a questo sobre quem o dono do livro, no texto, o verboserfica em evidncia. Assinale a opo em que a concordncia da forma verbal destacada est correta, de acordo com a norma-padro.

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(ESCOLA NAVAL - 2017) Leia o texto abaixo e responda (s) questo(es) a seguir. O dono do livro Li outro dia um fato real narrado pelo escritor moambicano Mia Couto. Ele disse que certa vez chegou em casa no fim do dia, j havia anoitecido, quando um garoto humilde de 16 anos o esperava sentado no muro. O garoto estava com um dos braos para trs, o que perturbou o escritor, que imaginou que pudesse ser assaltado. Mas logo o menino mostrou o que tinha em mos: um livro do prprio Mia Couto. Esse livro seu? perguntou o menino. Sim, respondeu o escritor. Vim devolver. O garoto explicou que horas antes estava na rua quando viu uma moa com aquele livro nas mos, cuja capa trazia a foto do autor. O garoto reconheceu Mia Couto pelas fotos que j havia visto em jornais. Ento perguntou para a moa: Esse livro do Mia Couto? Ela respondeu: . E o garoto mais que ligeiro tirou o livro das mos dela e correu para a casa do escritor para fazer a boa ao de devolver a obra ao verdadeiro dono. Uma histria assim pode acontecer em qualquer pas habitado por pessoas que ainda no estejam familiarizadas com os livros aqui no Brasil, inclusive. De quem o livro? A resposta no a mesma de quando se pergunta: Quem escreveu o livro?. O autor quem escreve, mas o livro quem l, e isso de uma forma muito mais abrangente do que o conceito de propriedade privada comprei, meu. O livro de quem l mesmo quando foi retirado de uma biblioteca, mesmo que seja emprestado, mesmo que tenha sido encontrado num banco de praa. O livro de quem tem acesso s suas pginas e atravs delas consegue imaginas os personagens, os cenrios, a voz e o jeito com que se movimentam. So do leitor as sensaes provocadas, a tristeza, a euforia, o medo, o espanto, tudo que transmitido pelo autor, mas que reflete em quem l de uma forma muito pessoal. do leitor o prazer. do leitor a identificao. do leitor o aprendizado. o leitor o livro. Dias atrs gravei um comercial de rdio em prol do Instituto Estadual do Livro em que falo aos leitores exatamente isso: os meus livros so os seus livros. E so, de fato. No existe livro sem leitor. No existe. um objeto fantasma que no serve para nada. Aquele garoto de Moambique no v assim. Para ele, o livro de quem traz o nome estampado na capa, como se isso sinalizasse o direito de posse. No tem ideia de como se d o processo todo, possivelmente nunca entrou numa livraria, nem sabe o que tiragem. Mas, em seu desengano, teve a gentileza de tentar colocar as coisas em seu devido lugar, mesmo que para isso tenha roubado o livro de uma garota sem perceber. Ela era a dona do livro. E deve ter ficado estupefata. Um f do Mia Couto afanou seu exemplar. No levou o celular, a carteira, s quis o livro. Um danado de uma amante da literatura, deve ter pensado ela. Assim so as histrias escritas tambm pela vida, interpretadas a seu modo por cada dono. Martha Medeiros.Jornal ZERO HORA 06/11/11. Revista O Globo, 25 de novembro de 2012. Marque a opo em que a palavra estupefata (10 pargrafo) foi substituda por outra de mesmo valor semntico.

Questão 4
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(ESC. NAVAL - 2016) Laivos de memria ... e quando tiverem chegado, vitoriosamente, ao fim dessa primeira etapa, mais ainda se convencero de que abraaram uma carreira difcil, rdua, cheia de sacrifcios, mas til, nobre e, sobretudo bela. (NOSSA VOGA, Escola Naval, Ilha de Villegagnon, 1964) H quase 50 anos, experimentei um misto de angstia, tristeza e ansiedade que meu jovem corao de adolescente soube suportar com bravura. Naquela ocasio, despedia-me dos amigos de infncia e da famlia e deixava para trs buclica cidadezinha da regio serrana fluminense. A motivao que me levava a abandonar gentes e coisas to caras era, naquele momento, suficientemente forte para respaldar a deciso tomada de dar novos rumos minha vida. Meu mundo de ento se tornara pequeno demais para as minhas aspiraes. Meus desejos e sonhos projetavam horizontes que iam muito alm das montanhas que circundam minha terra natal. Como resistir seduo e ao fascnio que a vida no mar desperta nos coraes dos jovens? Havia, portanto, uma convico: aquelas despedidas, ainda que dolorosas e despedidas so sempre dolorosas no seriam certamente em vo. No tinha dvidas de que os sonhos que acalentavam meu corao pouco a pouco iriam se converter em realidade. Em maro de 1962, desembarcvamos do Aviso Rio das Contas na ponte de atracao do Colgio Naval, como integrantes de mais uma Turma desse tradicional estabelecimento de ensino da Marinha do Brasil. Ainda que a ansiedade persistisse oprimindo o peito dos novos e orgulhosos Alunos do Colgio Naval, no posso negar que a tristeza, que antes havia ocupado espao em nossos coraes, era naquele momento substituda pelo contentamento peculiar dos vitoriosos. E o sentimento de perda, experimentado por ocasio das despedidas, provara-se equivocado: s nossas caras famlias de origem agregava-se uma nova, a Famlia Naval, composta pelos recm-chegados companheiros; e s respectivas cidades de nascimento, como a minha buclica Bom Jardim, juntava-se, naquele instante, a bela e graciosa enseada Batista das Neves em Angra dos Reis, como mais tarde se agregaria histrica Villegagnon em meio sublime baa de Guanabara. Ao todo foram seis anos de companheirismo e feliz convivncia, tanto no Colgio como na Escola Naval. Seis anos de aprendizagem cientfica, humanstica e, sobretudo, militar-naval. Seis anos entremeados de aulas, festivais de provas, prticas esportivas, remo, vela, cabo de guerra, navegao, marinharia, ordem-unida, atividades extraclasses, recreativas, culturais e sociais, que deixaram marcas indelveis. Estes e tantos outros smbolos, objetos e acontecimentos passados desfilam hoje, deliciosa e inexoravelmente distantes, em meio a saudosos devaneios. Ainda como alunos do Colgio Naval, os contatos preliminares com a vida de bordo e as primeiras idas para o mar a razo de ser da carreira naval. Como Aspirantes, derrotas mais longas e as primeiras descobertas: Santos, Salvador, Recife e Fortaleza! Fechando o ciclo das Viagens de Instruo, o to sonhado embarque no Navio-Escola. Viagem maravilhosa! Ns, da Turma Mguens, Guardas-Marinha de 1967, tivemos a oportunidade mpar e rara de participar de um cruzeiro ao redor do mundo em 1968: a Quinta Circum-navegao da Marinha Brasileira. Aps o regresso, as platinas de Segundo-Tenente, o primeiro embarque efetivo e o verdadeiro incio da vida profissional no meu caso, a bordo do cruzador Tamandar, o inesquecvel C-12. Era a inevitvel separao da Turma do CN-62/63 e da EM-64/67. Novamente um misto de satisfao e ansiedade tomou conta do corao, agora do jovem Tenente, ao se apresentar para servir a bordo de um navio de nossa Esquadra. Aps proveitosos, mas descontrados estgios de instruo como Aspirante e Guarda-Marinha, quando as responsabilidades eram restritas a compromissos curriculares, as platinas de Oficial comeariam, finalmente, a pesar forte em nossos ombros. Sobre essa transio do status de Guarda-Marinha para Tenente, o notvel escritor-marinheiro Gasto Penalva escrevera com muita propriedade: ... a fase inesquecvel de nosso ofcio. Coincide exatamente com a adolescncia, primavera da vida. Tudo so flores e iluses... Depois comeam a despontar as responsabilidades, as agruras de novos cargos, o acmulo de deveres novos. E esses novos cargos e deveres novos, que foram se multiplicando a bordo de velhos e saudosos navios, deixariam agradveis e duradouras lembranas em nossa memria. Com o passar dos tempos, inmeros Conveses e Praa d Armas, hoje saudosas, foram se incorporando ao acervo profissional-afetivo de cada um dos integrantes daquela Turma de Guardas-Marinha de 1967. Ah! Como gratificante, ainda que melanclico, repassar tantas lembranas, tantos termos expressivos, tanta gria maruja, tantas tradies, fainas e eventos to intensamente vividos a bordo de inesquecveis e saudosos navios... E as viagens foram se multiplicando ao longo de bem aproveitados anos de embarque, de centenas de dias de mar e de milhares de milhas navegadas em alto mar, singrando as extensas massas lquidas que formam os grandes oceanos, ou ao longo das guas costeiras que banham os recortados litorais, com passagens, visitas e arribadas em um sem-nmero de enseadas, baas, barras, angras, estreitos, furos e canais espalhados pelos quatro cantos do mundo, percorridos nem sempre com mares bonanosos e ventos tranquilos e favorveis. Inmeros foram tambm os portos e cidades visitadas, no s no Brasil como no exterior, o que sempre nos proporciona inestimveis e valiosos conhecimentos, principalmente graas ao contato com povos diferentes e at mesmo de culturas exticas e hbitos s vezes totalmente diversos dos nossos, como os ribeirinhos amazonenses ou os criadores de serpentes da antiga Taprobana, ex-Ceilo e hoje Sri Lanka. Como foi fascinante e delicioso navegar por todos esses cantos. Cada novo mar percorrido, cada nova enseada, estreito ou porto visitado tinha sempre um gosto especial de descoberta... Sim, pois, como dizia Cmara Cascudo, o mar no guarda os vestgios das quilhas que o atravessam. Cada marinheiro tem a iluso cordial do descobrimento. (CSAR, CMG (RM1) William Carmo. Laivos de memria. In: Revista de Villegagnon, Ano IV, n 4, 2009. p. 42-50. Texto adaptado) Assinale a opo em que o uso do acento grave, indicativo de crase, facultativo.

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